sexta-feira, 29 de junho de 2012

A MORTE E OS SONHOS



O PROFETA.

E pediram ao profeta: Fale-nos sobre a Morte. E ele disse: “A coruja, cujos olhos noturnos são cegos durante o dia, não pode revelar o mistério da luz. Se quereis realmente contemplar o espírito da morte, abri bem o vosso coração para a vida. Pois a vida e a morte são um, assim como o rio e o mar são um. Nas profundezas das vossas esperanças e desejos está vosso conhecimento silencioso do além. E como sementes sonhando embaixo da neve, vosso coração sonha com a primavera. Confiai em vossos sonhos, pois neles estão escondidas as portas para a eternidade. Pois o que é o morrer além de estar nu ao vento e derreter-se ao sol? E o que é cessar de respirar, senão livrar a respiração de suas incansáveis marés, que se elevam e expandem e buscam a Deus sem obstáculos? Só cantareis de verdade quando beberdes do rio do silêncio. E quando chegardes ao topo da montanha, só então começareis a subir. E quando a terra pedir os vossos membros, só então dançareis.”
 ( Khalil Gibran, O Profeta ).

quinta-feira, 21 de junho de 2012

MITOS GREGOS


APOLO ATACA PYTHON
DIFERENTES MITOS

O MITO PELASGO DA CRIAÇÃO
Desconheço a autoria deste texto


Segundo os pelasgos quando nada exista e tudo era possibilidade surgiu no infinito e incógnito, a Mãe da Criação. A deusa Eurínome, a Criadora de todas as Coisas. Ela emergiu de regiões do céu profundo dançando a dança da vida. Dançando ela criou as estrelas e os planetas, e criou para cada um deles um espaço determinado, e um deus, que por eles se responsabilizou. Distribuiu no espaço profundo as constelações e escolheu um planeta para a divina experiência da existência humana. O planeta escolhido foi a Terra, a deusa visando preparar um ambiente propicio para a florescência da sua criação logo separou os mares e criou territórios firmes. A seguir, voando nas asas dos ventos ela girou continuadamente. Até que sentiu o frio magoar seu corpo, e para se aquecer esfregou suas mãos; e desse atrito surgiu Ofião, uma enorme serpente gasosa e úmida que logo dela se enamorou, e cheia de paixão anelou-se em seu corpo e a inseminou. A deusa então se metamorfoseou em uma enorme pomba branca, e livre do abraço de Ofião voou sobre o oceano, até que na hora devida ela depositou nas águas o Ovo Universal. A deusa reassumiu sua forma humana, convocou Ofião outra vez e ordenou que ele se enrolasse por sete vezes nesse Ovo Cósmico. Quando chegou a hora da manifestação o Ovo se partiu em dois e dele saiu o Sol e a Lua, a atmosfera, os rios, os cristais, as plantas, os animais providos de escamas, de penas e de pelos e o primeiro homem, o ancestral dos pelasgos, Pelasgo.  E dele nasceram inúmeros outros que viviam andando pelos campos da Arcádia, e alimentavam-se da carne de animais, de frutos e nozes, e para proteger o corpo das intempéries vestiam-se com roupas feitas de pele de porco.


MITOS DA CRIAÇÃO HOMÉRICOS E ÓRFICOS


Os mitos homéricos acreditam que a deusa Tétis, Senhora das Águas Abissais, se uniu ao deus Oceano cujas correntezas envolvem a Terra, e assim tornou-se  a mãe de todas as criaturas vivas. Já os órficos dizem que em certo momento, em uma região fora e além do tempo, uma deusa de enormes asas negras chamada, Noite. A deusa Noite vivia numa caverna escura e inexpugnável. Em dado momento ela se dividiu e formou uma tríade: Lei, Ordem e Justiça. Depois disso, com grande estrondo a deusa saiu da caverna e logo foi cortejada pelo deus dos movimentos infinitos, o Vento. Apaixonaram-se e se uniram, e dessa união nasceu um grande Ovo de Prata que foi depositado pela deusa na imensidão das águas primordiais. Esse Ovo continha a vida e o esplendor da sua diversidade em estado latente. Do Ovo de Prata o primeiro a surgir foi Eros, o deus do amor,  que ao nascer colocou o Universo em movimento, e fez a vida se manifestar como uma realidade palpável ainda que em mutação constante.


AS CINCO IDADES DO HOMEM


Diz outro mito que a Mãe Gaia gestou e deu a luz espontaneamente, a natureza e alguns seres primitivos. Os filhos de Gaia se desenvolveram em cinco etapas. Os primeiros seres humanos foram chamados semi-divinos e  frutos da raça de ouro, eles viviam sem preocupações, não precisavam trabalhar, e se alimentavam de frutas, amêndoas, mel e do leite de ovelhas e cabras. Esses homens e mulheres nunca envelheciam e viviam muito alegremente, confiavam na vida e a nada se apegavam, por isso, eles não temiam a morte. Esses seres que formaram a raça de ouro depois que morreram, permaneceram  vivos em espírito em uma dimensão superior e inspiram seus descendentes dando orientações de como obter boa sorte, ao mesmo tempo em que zelam pela sustentação da criação. Depois da raça de ouro ter cumprido o seu ciclo surgiu a raça de prata. Os homens dependiam inteiramente de suas mães e as obedeciam com submissão. Alimentavam-se do pão que era oferecido pelos deuses e viviam mais de cem anos. Eram homens fortes, porém, ignorantes da própria força, eram cordatos e não guerreavam entre si. Zeus os destruiu porque não reverenciavam os deuses. A raça de bronze sucedeu a de prata. Nessa era os homens já nasceram portando armas de bronze e tinham prazer em guerrear entre si. Alimentavam-se de pão, carne de animais e frutas. Como eram muito irascíveis, impiedosos e insolentes foram eliminados pela deusa da Morte. A quarta raça também era de bronze, mas os seres eram mais nobres belos e generosos. Eles foram criados pelos deuses que os inseminaram no ventre das mulheres mortais que existiam no planeta. Esses homens foram heróis divinizados,  e hoje vivem nos Campos Elíseos e inspiram valores e princípios aos seus descendentes na Terra. A quinta raça é a atual humanidade, que é conhecida como a idade do ferro. Reza o mito que essa raça que existiria na idade do ferro seria indigna dos seus ancestrais porque se afastaria muito da divindade e dos princípios. Seria uma raça desigual, inteligente e ignorante ao mesmo tempo, cruel, e injusta, porque que abandonaria crianças e velhos, os homens seriam corruptos e explorariam as mulheres, eles também seriam gananciosos e libidinosos.

Como podemos observar lendo esses mitos, as coincidências entre eles e outras narrativas encontradas em outras mitologias como na a hebraica, a hindu e a egípcia nos remetem a teoria do conhecimento único que foi espalhado pelo mundo e traduzido de maneiras diversas na forma de representação exterior, porém obedecendo ao mesmo conteúdo. É impressionante a semelhança desse mito das idades do homem com o pensamento védico da Índia. Principalmente no que concerne a idade do ferro, a atual era. No Rig veda a descrição é praticamente a mesma, e a idade é chamada Kali Yuga. Assim podemos perceber que a totalidade do humano está presente nos mitos. Eles narram a inquietação da inteligência humana e a necessidade da alma de saber sua origem, assim como a origem do universo, e de desvendar os mistérios da vida e da morte. O destino humano no seu aspecto essencial obedece aos ditames do ego-personalidade, do inconsciente e do supraconsciente. Os mitos transcendem o raciocínio linear e nos impõe o raciocínio analógico, e este busca o que nos une e não o que nos separa enquanto espécie. Os símbolos e mitos são a linguagem do inconsciente e do supraconsciente, eles reaproximam a memória objetiva da abstração criativa e da grandeza contida na trajetória do espírito: a vida na forma, a morte e a imortalidade. O poder do sagrado se revela através do despertar de uma visão integral e unificadora da concepção e do significado da vida. Os mitos e símbolos contêm um dinamismo revelador que é a força evolutiva sempre presente e atuante no psiquismo humano.

terça-feira, 19 de junho de 2012

ASSOMBROS E SONHOS




Assombros
AFFONSO ROMANO DE SANTANNA.

Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.

Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

MULHERES SÁBIAS


                                         OBRA DE MARIA MADALENA PRATA SOARES-
                                    UBERABENSE, HOJE RESIDENTE EM PIRENÓPOLIS, GO.


TRECHO DO LIVRO: “CIRANDA DAS MULHERES SÁBIAS”, DE CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS.CAPÍTULO 7.
“POR TODAS AS FILHAS INTELIGENTES, DESCONHECEDORAS, SEM RUMO E PELAS QUE TUDO SABEM...PELAS FILHAS QUE ESTÃO AVANÇANDO DIRETO OU QUE PROSSEGUEM AOS TRANCOS...PELAS QUE ESTÃO APRENDENDO A CHORAR NOVAMENTE...PELAS QUE ESTÃO APRENDENDO A GARGALHAR...POR TODAS ELAS, NÃO IMPORTA SE ESTÃO SAUDÁVEIS, CURADAS OU NÃO, NÃO IMPORTA DE QUE CLASSE, CLÃ, OCEANO OU ESTRELA...POR TODAS AS FILHAS QUE HERDARAM AMOR EM ABUNDÂNCIA DE ANTEPASSADAS QUERIDAS QUE JÁ SE FORAM, MAS QUE MESMO ASSIM AINDA FAZEM VISITAS...POR TODAS AS FILHAS QUE UM DIA OUVIRAM POR ACASO O CONSELHO DE UMA SÁBIA DESTINADO A OUTROS OUVIDOS, MAS ESTAS “PALAVRAS CERTAS NA HORA CERTA” CAUSARAM UMA CENTELHA QUE ILUMINOU SEU MUNDO DAQUELE MOMENTO EM DIANTE PARA SEMPRE...POR TODAS AS FILHAS QUE OUVIRAM A SABEDORIA, NÃO A ENTENDERAM, MAS A GUARDARAM PARA O DIA EM QUE CONSEGUISSEM COMPREENDER...PELAS FILHAS QUE REMAM SOZINHAS E CUJAS ANTEPASSADAS ESCOLHIDAS FORAM POR NECESSIDADE ENCONTRADAS EM LIVROS QUERIDOS, EM IMAGENS NORTEADORAS CAPTADAS NO CINEMA, NA PINTURA, NA ESCULTURA, NA MÚSICA E NA DANÇA...PELAS FILHAS QUE ABSORVEM O BOM SENSO E AS ATITUDES NECESSÁRIAS TRAZIDAS POR ESPÍRITOS DE SABEDORIA, ÁSPEROS E EVANESCENTES QUE APARECEM EM SONHOS NOTURNOS...PELAS FILHAS QUE ESTÃO APRENDENDO A ESCUTAR A VELHA SÁBIA DA PSIQUE, AQUELA ESTRANHA SENSAÇÃO INTERIOR DE NÍTIDA PERCEPÇÃO, DE AUDIÇÃO, NOÇÃO E AÇÃO INTUITIVAS...PELAS FILHAS QUE SABEM QUE ESSA FONTE DE SABEDORIA INTERIOR É COMO A PANELA DE MINGAU DOS CONTOS DE FADAS QUE, POR MÁGICA, NUNCA SE ESVAZIA POR MAIS QUE SE DERRAME SEU CONTEÚDO...
POR ELAS...
ABENÇOADAS SEJAM SUAS BELEZAS, TRISTEZAS,
E BUSCAS; QUE SEMPRE SE LEMBREM DE
QUE PERGUNTAS FICAM SEM RESPOSTA,
ATÉ QUE SEJAM CONSULTADOS OS DOIS MODOS
DE ENXERGAR: O LINEAR E O INTERIOR."
     

segunda-feira, 11 de junho de 2012

QUIETUDE E SABEDORIA



Tao Te King de Lao Tzu

"....Assim também o sábio:
permanece na ação sem agir,
ensina sem nada dizer.
A todos os seres que o procuram ele não se nega.
Ele cria, e ainda assim nada tem.
Age e não guarda coisa alguma.
Realiza a obra, não se apega a ela.
E, justamente por não se apegar,
não é abandonado."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"FOLLOW YOUR BLISS"- CAMPBELL-




"O privilégio de toda uma vida é ser aquele que nascemos para ser.
Siga a sua bem-aventurança, lá onde há um profundo sentido do seu ser, lá onde seu corpo e sua alma querem ir.
Encontre a paixão da sua vida e siga-a, siga o caminho que não é caminho. Quando tiver essa sensação, fique aí e não deixe ninguém arrancá-lo desse lugar.
E portas se abrirão onde antes não havia portas e você sequer imaginava que pudesse haver"
Joseph Campbell

domingo, 3 de junho de 2012

MÃES E FILHOS



                                   SUSANNE VALLADON-A BONECA ABANDONADA-  

                                         IMPRESSIONISMO/EXPRESSIONISMO.


                                                                 - FRANÇA-


MÃE DESNECESSÁRIA
DESCONHEÇO A AUTORIA. SE ALGUÉM RECONHECE, POR FAVOR INDIQUE.

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou
estranha.  Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de
querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas
e perigos.  Uma batalha hercúlea, confesso.  Quando começo a esmorecer na
luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo
da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa
isso.
Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre
existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto
de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos
para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e
cometer os próprios erros também.  A cada fase da vida, vamos cortando e
refazendo o cordão umbilical.  A cada nova fase, uma nova perda é um novo
ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára
de se transformar ao longo da vida.  Até o dia em que os filhos se tornam
adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.  O que eles
precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na
divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego,
o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres.  Esse é o maior
desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser "desnecessários", nos transformamos em porto seguro
para quando eles decidirem atracar.
"Dê a quem você Ama :
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar... "


APESAR DE NÃO SABER QUEM O PRODUZIU, CONCORDO PLENAMENTE COM ESTE TEXTO.