APOLO ATACA PYTHON
DIFERENTES MITOS
O MITO PELASGO DA CRIAÇÃO
Desconheço a autoria deste texto
Segundo
os pelasgos quando nada exista e tudo era possibilidade surgiu no infinito e
incógnito, a Mãe da Criação. A deusa Eurínome, a Criadora de todas as Coisas. Ela
emergiu de regiões do céu profundo dançando a dança da vida. Dançando ela criou
as estrelas e os planetas, e criou para cada um deles um espaço determinado, e
um deus, que por eles se responsabilizou. Distribuiu no espaço profundo as
constelações e escolheu um planeta para a divina experiência da existência
humana. O planeta escolhido foi a Terra, a deusa visando preparar um ambiente
propicio para a florescência da sua criação logo separou os mares e criou territórios
firmes. A seguir, voando nas asas dos ventos ela girou continuadamente. Até que
sentiu o frio magoar seu corpo, e para se aquecer esfregou suas mãos; e desse
atrito surgiu Ofião, uma enorme serpente gasosa e úmida que logo dela se
enamorou, e cheia de paixão anelou-se em seu corpo e a inseminou. A deusa então
se metamorfoseou em uma enorme pomba branca, e livre do abraço de Ofião voou
sobre o oceano, até que na hora devida ela depositou nas águas o Ovo Universal.
A deusa reassumiu sua forma humana, convocou Ofião outra vez e ordenou que ele
se enrolasse por sete vezes nesse Ovo Cósmico. Quando chegou a hora da
manifestação o Ovo se partiu em dois e dele saiu o Sol e a Lua, a atmosfera, os
rios, os cristais, as plantas, os animais providos de escamas, de penas e de
pelos e o primeiro homem, o ancestral dos pelasgos, Pelasgo. E dele nasceram inúmeros outros que viviam
andando pelos campos da Arcádia, e alimentavam-se da carne de animais, de
frutos e nozes, e para proteger o corpo das intempéries vestiam-se com roupas
feitas de pele de porco.
MITOS DA CRIAÇÃO HOMÉRICOS E ÓRFICOS
Os
mitos homéricos acreditam que a deusa Tétis, Senhora das Águas Abissais, se
uniu ao deus Oceano cujas correntezas envolvem a Terra, e assim tornou-se a mãe de todas as criaturas vivas. Já os
órficos dizem que em certo momento, em uma região fora e além do tempo, uma
deusa de enormes asas negras chamada, Noite. A deusa Noite vivia numa caverna escura
e inexpugnável. Em dado momento ela se dividiu e formou uma tríade: Lei, Ordem
e Justiça. Depois disso, com grande estrondo a deusa saiu da caverna e logo foi
cortejada pelo deus dos movimentos infinitos, o Vento. Apaixonaram-se e se uniram,
e dessa união nasceu um grande Ovo de Prata que foi depositado pela deusa na
imensidão das águas primordiais. Esse Ovo continha a vida e o esplendor da sua
diversidade em estado latente. Do Ovo de Prata o primeiro a surgir foi Eros, o deus
do amor, que ao nascer colocou o
Universo em movimento, e fez a vida se manifestar como uma realidade palpável
ainda que em mutação constante.
AS CINCO IDADES DO HOMEM
Diz
outro mito que a Mãe Gaia gestou e deu a luz espontaneamente, a natureza e
alguns seres primitivos. Os filhos de Gaia se desenvolveram em cinco etapas. Os
primeiros seres humanos foram chamados semi-divinos e frutos da raça de ouro, eles viviam sem
preocupações, não precisavam trabalhar, e se alimentavam de frutas, amêndoas,
mel e do leite de ovelhas e cabras. Esses homens e mulheres nunca envelheciam e
viviam muito alegremente, confiavam na vida e a nada se apegavam, por isso, eles
não temiam a morte. Esses seres que formaram a raça de ouro depois que
morreram, permaneceram vivos em espírito
em uma dimensão superior e inspiram seus descendentes dando orientações de como
obter boa sorte, ao mesmo tempo em que zelam pela sustentação da criação.
Depois da raça de ouro ter cumprido o seu ciclo surgiu a raça de prata. Os
homens dependiam inteiramente de suas mães e as obedeciam com submissão.
Alimentavam-se do pão que era oferecido pelos deuses e viviam mais de cem anos.
Eram homens fortes, porém, ignorantes da própria força, eram cordatos e não
guerreavam entre si. Zeus os destruiu porque não reverenciavam os deuses. A
raça de bronze sucedeu a de prata. Nessa era os homens já nasceram portando
armas de bronze e tinham prazer em guerrear entre si. Alimentavam-se de pão,
carne de animais e frutas. Como eram muito irascíveis, impiedosos e insolentes
foram eliminados pela deusa da Morte. A quarta raça também era de bronze, mas
os seres eram mais nobres belos e generosos. Eles foram criados pelos deuses
que os inseminaram no ventre das mulheres mortais que existiam no planeta. Esses
homens foram heróis divinizados, e hoje
vivem nos Campos Elíseos e inspiram valores e princípios aos seus descendentes
na Terra. A quinta raça é a atual humanidade, que é conhecida como a idade do
ferro. Reza o mito que essa raça que existiria na idade do ferro seria indigna
dos seus ancestrais porque se afastaria muito da divindade e dos princípios.
Seria uma raça desigual, inteligente e ignorante ao mesmo tempo, cruel, e injusta,
porque que abandonaria crianças e velhos, os homens seriam corruptos e
explorariam as mulheres, eles também seriam gananciosos e libidinosos.
Como
podemos observar lendo esses mitos, as coincidências entre eles e outras
narrativas encontradas em outras mitologias como na a hebraica, a hindu e a egípcia
nos remetem a teoria do conhecimento único que foi espalhado pelo mundo e
traduzido de maneiras diversas na forma de representação exterior, porém
obedecendo ao mesmo conteúdo. É impressionante a semelhança desse mito das
idades do homem com o pensamento védico da Índia. Principalmente no que
concerne a idade do ferro, a atual era. No Rig veda a descrição é praticamente
a mesma, e a idade é chamada Kali Yuga. Assim podemos perceber que a totalidade
do humano está presente nos mitos. Eles narram a inquietação da inteligência humana
e a necessidade da alma de saber sua origem, assim como a origem do universo, e
de desvendar os mistérios da vida e da morte. O destino humano no seu aspecto
essencial obedece aos ditames do ego-personalidade, do inconsciente e do
supraconsciente. Os mitos transcendem o raciocínio linear e nos impõe o
raciocínio analógico, e este busca o que nos une e não o que nos separa
enquanto espécie. Os símbolos e mitos são a linguagem do inconsciente e do
supraconsciente, eles reaproximam a memória objetiva da abstração criativa e da
grandeza contida na trajetória do espírito: a vida na forma, a morte e a
imortalidade. O poder do sagrado se revela através do despertar de uma visão integral
e unificadora da concepção e do significado da vida. Os mitos e símbolos contêm
um dinamismo revelador que é a força evolutiva sempre presente e atuante no
psiquismo humano.